Peças chinesas para reposição – um desafio para compradores e vendedores

Proprietários de veículo chinês descobrem que o barato saiu caro, quando o assunto é peças chinesas para reposição

Na hora da escolha o design, a tecnologia, os diversos acessórios, e claro, o preço falam mais alto.

Dificilmente o futuro proprietário questiona sobre peças chinesas para reposição, ou quando consultam o vendedor acabam acreditando em sua palavra sem ao menos realizar algumas pesquisas na internet.

1# Peças chinesas para reposição, eis que o problema aparece…
2# Eis a questão, como a montadora pode cobrar fidelidade do cliente, sendo que ela mesma não cumpre com seu papel?
3# Cuidados para não comprar a peças chinesas para reposição errada.
4# Restrições para importação
5# Muita oferta x pouca oferta
6# Fabricando no Brasil é a solução?
7# Jeitinho brasileiro

1# Peças chinesas para reposição, eis que o problema aparece…

Você acaba de se envolver num acidente com danos materiais e ao levar seu veículo para conserto, o consultor da oficina informa que seu veículo precisa aguardar a chegada da peça com previsão longa ou até sem previsão, pois não tem a peça no Brasil.

Já temos casos de peças para manutenção preventiva, o cliente foi realizar a revisão de 60.000 km e o consultor de serviços informa que a revisão não será completa, pois falta um dos itens da revisão.

2# Eis a questão, como a montadora pode cobrar fidelidade do cliente, sendo que ela mesma não cumpre com seu papel?

Vendo o lado do vendedor que também é comprador, a questão não é tão fácil e principalmente quando traz o produto da China.

Um modelo de veículo possui milhares de peças com seus conjuntos e subconjuntos, este mesmo modelo de veículo pode apresentar peças chinesas para reposição diferente da outra. Um exemplo são as pastilhas de freios e discos de freios para CHERY TIGGO, CHERY FACE, CHERY S18 e LIFAN X60. Temos modelos diferentes de cabos de vela para CHERY TIGGO e CHERY CIELO, para manter todos estes itens no estoque é muito difícil. Pois a curva muda todo o tempo, e um fator complicador, em algumas marcas não conseguimos saber qual o modelo mais usado.

Um outro problema é que os modelos de veículos chineses possuem versões e peças diferentes para cada país, como o caso do CHERY TIGGO. O Brasil possui somente um modelo de motor, o ACTECO 2.0, mas em outros países este modelo é equipado com motor Mitsubishi e outro motor chamado TRITEC. Desconhecer este tema resulta em mais chances de comprar uma peça errada e, consequentemente, aumentar o tempo do veículo parado.

3# Cuidados para não comprar a peças chinesas para reposição errada

Para evitar este problema é preciso buscar informações técnicas e passar por experiências cotidianas e mesmo assim é possível cair na “pegadinha” dos chineses. Certa vez, ao solicitar a peça através de foto e part number (número identificador) definido pela montadora ou fabricante da peça. Recebemos a peça com o código correto gravado, mas na hora da instalação a peça apresentava medidas diferentes. O caso ocorreu com um amortecedor do CHERY QQ, a haste tinha 2 centímetros menor que o original. Para a solução deste problema, a CJrAuto adotou uma checagem minuciosa do produto antes da venda e assim evitar tal transtorno ao cliente”.

4# Restrições para importação

Outro ponto importante que deve ser destacado é a dificuldade de acesso ao part number, principalmente para as marcas LIFAN, JAC MOTORS e GEELY.

Algumas montadoras chinesas impedem a exportação de peças genuínas para importadores de peças. A prova disto é que quando recebemos algumas peças com o logotipo da marca raspado ou apagado. Isto é, quando esta peça consegue chegar no seu destino.

5# Muita oferta x pouca oferta

Hoje em dia temos diversos vendedores e importadores no Brasil trazendo peças chinesas para reposição e ofertando os mesmos itens. Ou seja, temos muitas ofertas de alguns produtos e escassez de outros. O que evidencia a dificuldade na importação de determinadas peças.

Essa situação pode ser resultado da falta de interesse de estudos deste mercado, falta de informação técnica dos produtos ou até mesmo os custos para trazê-los. Com alta do dólar a importação tem aumentado o custo, e logo após a pandemia de COVID-19 os custos vem aumentado cada vez mais.

6# Fabricando no Brasil é a solução?

Como solução para alguns problemas de peças chinesas para reposição, a CJrAuto buscou parceria com fabricante de peças no Brasil, visando minimizar os custos e agilizar a entrega dos produtos. Como é o caso das peças de reposição para o conjunto bomba de combustível que foi fabricado em parceria e encontra-se disponível para vendas.

Vale ressaltar que estas parcerias são limitadas, pois o número de veículos chineses é menor em relação aos outros veículos e muitas das vezes não há interesse desses fabricantes. Pois há um alto investimento na fabricação e o risco de não ter retorno é alto.

Um outro mercado que vem crescendo com a falta de peças, é o desmonte de veículos, para alguns itens como lataria e acabamentos tem sido uma alternativa viável. No entanto, para itens de desgaste como vela de ignição, kit correia dentada, kit correia de acessórios, pastilhas de freios, sapata de freios, entre outros devem ser novos.

7# Jeitinho brasileiro

Alguns proprietários ou vendedores fazem uso de peças de outros veículos, ou até de outras montadoras para não deixar seu veículo parado. Peças como correia de acessórios ou até palhetas de limpadores é possível encontrar com menos dificuldade, pois estes apresentam medidas padronizadas.

Peças dedicadas para um veículo, pode apresentar limitações no funcionamento, que podem afetar a segurança, é o caso de sensores, atuadores, correia dentada ou pastilhas de freio. Neste sentido, adaptar peças internas do motor, pode reduzir sua vida útil.

Fique atento, se as peças chinesas para reposição apresentar as dimensões diferentes, que obrigue a realizar modificação no produto ou no veículo, é melhor fugir deste processo.